Finanças
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Por Denyse Godoy, Valor — São Paulo


O Ibovespa perdeu o ímpeto exibido nas primeiras horas de pregão desta quarta-feira e passou a cair no fim da manhã, puxado principalmente pelas ações da Vale.

A cautela acabou se impondo depois que os papéis da mineradora registraram alta de mais de 1,5% - com pouca confiança de que existem razões sólidas para sustentar as ações acima desse nível, os investidores preferiram embolsar parte dos lucros.

O principal índice do mercado brasileiro recuava 0,30%, para 65.595 pontos, às 13h30. O papel preferencial da Vale caía 0,66%, enquanto o ordinário perdia 1,53%.

“Ainda existem muitas dúvidas acerca do rumo do minério de ferro, então a mineradora tem pouco espaço para subir sustentavelmente no curto prazo”, Pedro Galdi, analista da consultoria Upside Investor. “E, quando vira, a Vale carrega o Ibovespa junto.”

A ação da B3 recuava 1,1%, para R$ 19,47, depois de a Receita Federal manter a multa pela amortização do ágio gerado no processo de fusão da BM&F com a Bovespa, nos exercícios de 2008 e 2009.

A Petrobras ainda mantinha a tendência positiva, na esteira do petróleo. A ação preferencial da gigante estatal ganhava 1,3%, a R$ 15,04, enquanto o ordinário tinha elevação de 0,8%, a R$ 15,56.

Os papéis do setor de consumo estavam entre as maiores altas do dia com a queda dos juros futuros após o Banco Central corrigir o seu Relatório Trimestral de Inflação.

A uma semana da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC informou que as suas projeções de inflação para 2017 e 2018, no cenário com taxas de juros e câmbio constantes, são, respectivamente, de 3,6% e 3,3%, e não de 3,9% e 4%, como divulgado na sexta-feira passada. Enquanto as reformas econômicas não avançam, as expectativas de corte da Selic têm servido para animar um pouco os locais.

Dólar

O mercado de câmbio é direcionado nesta quarta-feira pela carregada agenda econômica nos Estados Unidos. Em baixa ao longo da manhã, o vaivém do dólar ante o real acompanhou indicadores de emprego, atividade no setor de serviços e estoques de petróleo. A tendência de queda, de acordo com operadores, foi limitada pelo crescimento acima do esperado de vagas de trabalho no setor privado americano.

Ainda repercutem nas mesas de operação o alívio na cena política e o avanço nos preços de petróleo, que garantiram a queda da moeda americana na abertura.

Domesticamente, profissionais de mercado avaliam como positivo o adiamento da sessão no TSE que julgaria possíveis irregularidades da chapa presidencial de Dilma Rousseff e Michel Temer, vitoriosa em 2014.

Às 13h30, o dólar comercial caía 0,18%, cotado a R$ 3,0920, tendo recuado até R$ 3,0830 (-0,47%) mais cedo. Esse foi o menor registrado numa sessão desde 22 de março, quando tocou R$ 3,0817. Já a máxima foi registrada em R$ 3,0984 (+0,02%)

O contrato futuro para maio, por sua vez, perdia 0,08%, cotado a R$ 3,1075, depois de oscilar entre R$ 3,0980 e R$ 3,1145.

Dentre os indicadores dos Estados Unidos, foram geradas em março 263 mil vagas de trabalho no setor privado, em termos líquidos, de acordo com a ADP, empresa de processamento de folhas de pagamento, responsável pelo levantamento mensal. A leitura superou com folga a expectativa de consenso de economistas, de 180 mil vagas.

Por outro lado, o índice de atividade do setor de serviços, do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), caiu mais do que se esperava em março, a 55,2, comparado a 57,6 em fevereiro, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pela instituição. A expectativa de consenso era de leitura a 57,0 para março.

Hoje, as atenções do mercado se concentram ainda na ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, que será conhecida às 15 horas. Os investidores buscam sinais sobre a situação da economia local e, principalmente, o processo de contração monetária.

Juros

As discussões em torno da flexibilização monetária voltam a ganhar força nesta quarta-feira. Faltando uma semana para a reunião do Copom, os agentes financeiros reavaliam a possibilidade de um ciclo mais extenso ou até mais intenso de corte de juros. A reflexão parte da correção nas projeções do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e de sinalizações recentes de dirigentes da instituição.

O DI janeiro de 2018 caía a 9,765%, ante 9,805% no ajuste anterior, e o DI janeiro de 2019 recuava a 9,420%, ante 9,440%. Nas mínimas, recuaram a 9,760% e 9,400%, respectivamente. Já o DI janeiro de 2021 marcava 9,770%, ante 9,810%.

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