Política
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Por Fabio Murakawa, Valor — Brasília


O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) disse nesta quinta-feira (30) que a condenação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a 15 anos de prisão, decretada hoje pelo juiz Sérgio Moro, levará a uma reação no Congresso contra medidas que estão levando políticos que tenham cometido crimes à cadeia.

“Naturalmente que, para aqueles que praticaram crimes e que temem pela sua responsabilização, isso vai aumentar a preocupação e provavelmente vai aumentar a tendência a uma reação da Casa [Congresso] às medidas que estão levando à condenação de parlamentares ou de políticos que tenham cometido crimes”, afirmou. “Por isso é muito importante que a sociedade permaneça atenta e que a gente aqui dentro continue lutando para evitar qualquer retrocesso ou qualquer medida de sabotagem ou de retaliação às investigações ou à Operação Lava-Jato.”

Molon disse ainda acreditar que a influência de Cunha sobre o Congresso e o governo diminua à medida que ocorram novas condenações – ele responde a oito processos na Justiça.

“A cada dia certamente a sua influência se torna menor. Embora ele ainda tenha grande influência no governo. Mas naturalmente, à medida que as condenações forem vindo, esse poder vai diminuindo e certamente a influência dele nos demais deputados daqui da Casa, que vão querer se afastar cada vez mais até da memória dele, até da lembrança de que eram aliados dele”, afirmou.

Molon disse torcer para que Cunha assine um acordo de delação premiada, “porque o que nós queremos é que todos aqueles que cometeram crimes respondam por eles”. “Certamente, ele sabe de muita coisa”, afirmou. “Tomara que ele conte tudo o que sabe para que todos aqueles que cometeram ilícitos possam também ser responsabilizados e a gente possa limpar o Parlamento e começar uma nova era no Parlamento brasileiro.”

Delgado

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse que seria “prudente” da parte de Eduardo Cunha assinar um acordo de delação premiada, depois de ter sido condenado. Para o parlamentar, uma eventual delação de Cunha faria “estrago não só aqui no Parlamento, mas também no Executivo”.

“E esse é o primeiro de oito processos. Então, se ele responde e pega uma pena de 15 anos, com possibilidade de recurso nos outros sete processos, é prudente ele pensar em fazer uma delação para que sua pena normalmente mude, porque os outros processos vão ser consequentes a essa primeira condenação que foi proferida pelo juiz Sérgio Moro”, afirmou.

Segundo Delgado, Cunha “sabe muita coisa e conservou muita coisa, esperando uma absolvição, uma pena mais branda”, o que acabou não ocorrendo. “Se ele fizer uma delação, realmente o estrago que ele faz não só aqui no Parlamento, mas também no Executivo [será grande]”, disse.

Delgado diz que a condenação “é um sinal muito sério” para o Congresso, onde dezenas de parlamentares também são alvo de investigações, inquéritos e processos relacionados à Operação Lava-Jato.

“Agora o pessoal vai ter medo de sombra de formiga, porque as coisas estão sendo apuradas, as condenações, vindo, os colarinhos branco estão indo para a cadeia e tendo condenações, como foi o caso agora do processo que compete ao juiz Sérgio Moro”, afirmou. “A condenação do Eduardo Cunha é um sinal dado ao Parlamento muito sério de que a gente tem que mudar a nossa postura para nos reaproximarmos da sociedade”.

Ao falar em “mudar a postura”, Delgado se referia a diversos projetos que tramitam no Congresso com a finalidade ou de minar a Lava-Jato ou de proteger os parlamentares de seus possíveis desdobramentos.

“Está tendo uma reação popular, as pessoas estão acompanhando, e a condenação do juiz Sérgio Moro reflete isso. É importante que nós parlamentares estejamos atentos”, afirmou. “Tem a questão da Lava-Jato, tem a questão da reforma política, do voto em lista, para que as pessoas possam se esconder atrás de uma lista fechada para poder o partido ir para as eleições, para que esses envolvidos se escondam e possam voltar para garantir o foro [privilegiado]. Tem a questão do foro privilegiado, que nós temos que derrubar aqui”.

Delgado foi um dos mais combativos deputados no processo que levou no ano passado à cassação do mandato do ex-presidente da Câmara, hoje preso em Curitiba. Ele concorreu com Cunha em 2015 na eleição para a presidência da Casa. Teve 100 votos, contra 267 de Cunha e 136 de Arlindo Chinaglia (PT-SP), o candidato da então presidente Dilma Rousseff.

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