São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
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FAREWELL WELFARE

O Congresso norte-americano aprovou e o presidente Bill Clinton declarou que sancionará mudanças no sistema de ajuda aos pobres que existe desde os anos 30. O desmonte do "welfare" (políticas de bem-estar social e previdência) tem sido uma bandeira dos republicanos. Mas é o presidente democrata, em um ano eleitoral, quem cede.
Como resultado de medidas que diminuem benefícios, serão reduzidos US$ 56 bilhões em despesas nos próximos seis anos. Os principais cortes incidirão sobre programas alimentares e de ajuda a imigrantes.
Os programas passam a ficar sob controle maior dos Estados, ou seja, há descentralização. E exige-se dos beneficiários de programas de auxílio-desemprego que encontrem novos postos de trabalho em dois anos.
As opções políticas do presidente Clinton tornam-se assim mais claras. Como parte da negociação mais ampla que afinal resultou nessa reforma previdenciária, o mandatário conseguiu aprovar um aumento do salário mínimo e isenções fiscais para micro e pequenas empresas.
Ainda que sob um formato distinto, ganha terreno o conceito de que as políticas de governo devem estimular a produção e os empregos, interferindo o menos possível sobre os mecanismos do próprio mercado de trabalho. Ou seja, busca-se ampliar as oportunidades de emprego, em lugar de oferecer compensações aos que estão sem trabalho. O pressuposto é o esgotamento fiscal dos governos e a reação crescente aos mecanismos centralizadores ou que meramente transferem renda.
Como em todo "farewell" (despedida), pode-se esperar que a guinada do líder democrata norte-americano provoque dor e nostalgia.

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