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Legado do Pan: quase sem torneios, Maria Lenk será fechado para obras

Parque aquático precisa ser adequado para o polo do Rio 2016. Pouco usado em competições, virou centro de treinamento de outras modalidades

Por Rio de Janeiro

Header_LEGADO-PAN (Foto: Infoesporte)
LEGADO DO PAN: Parque aquático Maria Lenk (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)Piscina de aquecimento do Maria Lenk: nova para
2016 (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)

Construída pela prefeitura do Rio para os Jogos Pan-americanos de 2007 o Parque Aquático Maria Lenk foi concedido ao Comitê Olímpico Brasileiro no ano seguinte. Desde então, a instalação recebeu poucas competições. Foram seis edições do Troféu Maria Lenk, uma da Copa do Mundo em piscina curta, a Tentativa Olímpica e os Jogos Mundiais Militares. E não deverá receber mais até 2015, já que será fechado para reformas no primeiro semestre de 2014 visando a disputa do polo aquátido dos Jogos Olímpicos. Com a situação do Julio Delamare indefinida, a cidada olímpica corre o risco de ficar sem um parque aquático para o treinamento dos atletas. A situação preocupa Cesar Cielo:

- Não sei aonde vai ter piscina para gente fazer índice. Não adianta a gente ter a exigência de fazer a melhor campanha em 2016 se a gente não tem a melhor estrutura. A gente precisa de uma piscina aquecida adequada. O pessoal que quer aquecer no nado costas não tem bandeirinha, não tem marcação no fim da piscina, não tem baliza para treinar em um horário mais aleatório... Está longe de ser a condição ideal - disse o campeão olímpico.

Info_LEGADO-PAN_PARQUE-AQUATICO (Foto: Infoesporte)

A principal reforma será na piscina de aquecimento. Construída no terreno irregular de Jacarepaguá, ela rachou. Uma outra terá que ser feita como as outras duas principais: suspensas do solo. Além disso haverá mudanças estruturais nas salas. O Centro de Treinamento do Time Brasil, que atende atletas de várias modalidades em salas de lutas, de recuperação e fortalecimento e de descanso, deverá ser deslocado para outro local. O CT funciona desde 2010 e atualmente atende cerca de 400 atletas, dentre nadadores juvenis até a seleção brasileira de nado sincronizado. O cujo custo de manutenção do parque aquático é de R$ 300 mil por mês.

Um dos principais nomes dos saltos ornamentais do Brasil, Cesar Castro elogia a estrutura do Maria Lenk, mas reclama da falta de espaço para a sua modalidade e a distância do local.

- A recepção e a estrutura são muito boas, assim como a sala de recuperação. Mas não existe um espaço para saltos fora da piscina, como no Julio Delamare, que havia acabado de comprar os equipamentos. A distância também complica. Quando treino lá, preciso sair de casa mais cedo. Dependendo do horário, posso levar 1h30 para voltar. Depois de um treino, isso pode ser prejudicial para a recuperação - disse Castro, que mora na Zona Sul e pensa em se mudar para os Estados Unidos caso não tenha local para treinar no Rio.

A crítica do saltador é comum entre os profissionais da natação que moram distante do parque aquático e o apelidaram de "Maria Longe". Thiago Pereira não mora no Rio, mas gostaria que houvesse mais competições no local. Para ele a estrutura melhorou depois da chegada do COB:

- Está bem diferente do que aquele legado de logo depois do Pan, quando ele ficou um pouco largado. Mas, depois que o COB assumiu, fizeram uma baita de uma sala de musculação, deram uma boa estrutura. A gente vê que ele está bem cuidado. No mínimo uma vez por ano a gente acaba competindo aqui. Acho que está sendo bem utilizado, talvez poderiam colocar mais competições. Mas nem sei se tem algumas regionais. Estou falando sem saber direito. Poderiam também inventar umas coisas novas para dar um movimento melhor na natação - disse o dono de seis ouros no Pan de 2007.

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LEGADO DO PAN: Parque aquático Maria Lenk (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)Sala de recuperação e fortalecimento deverá ser desmontada (Foto:Alexandre Durão/Globoesporte.com)

Já era sabido que antes de ficar pronto para os Jogos Pan-americanos o Maria Lenk não serviria para a natação olímpica. Não haveria condições de ampliar a capacidade de 6.500 torcedores para 15 mil, como exige o Comitê Olímpico Internacional (COI). Além disso, o parque aquático não é coberto. Se no Pan o local recebeu a natação, o nado sincronizado e os saltos ornamentais, em 2016 só lhe restará o polo aquático.

Para depois das Olimpíadas existe um projeto para instalação de um laboratório e da construção de um hotel para 100 atletas, que pouparia as confederações do aluguel de apartamentos próximos.