Brasil Educação

Em 2004, a polêmica do criacionismo

Um grupo de 31 professores passou a adotar os conceitos no Norte Fluminense; criacionistas acreditam que o Gênesis é um relato incontestável e que a teoria da evolução é falsa

RIO - Na rede estadual, o ensino religioso também não escapou de polêmica. Em 2003, a Assembleia Legislativa chegou a aprovar uma lei do então deputado e atual secretário do Ambiente, Carlos Minc, que estabelecia o ensino não confessional, voltado para uma abordagem ampla de todas as religiões. Mas a governadora na época, Rosinha Garotinho, vetou a proposta.

— É curioso porque, do jeito que está, com o ensino confessional, você pode ter, numa mesma turma, um professor que, por exemplo, condena o uso da camisinha, dizendo que a melhor forma de evitar doenças sexualmente transmissíveis é ser fiel e casto, e, em seguida, ter outro, de biologia que vai falar das melhores formas de prevenção — comentou Carlos Minc.

O secretário do Ambiente afirmou que vai procurar o governador Sérgio Cabral para tentar propor uma forma de repensar essa metodologia de ensino religioso que vem sendo utilizada atualmente. Minc alegou que o momento é propício para a mudança:

— O Supremo tem dado diversas manifestações interessantes nos últimos tempos, como na questão da união entre homossexuais ou da liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias. O Rio poderia ter uma legislação de ensino religioso mais adequada à atualidade.

Em 2004, após vetar a lei de Minc, Rosinha Garotinho botou mais fogo na polêmica ao se declarar, em entrevista concedida ao GLOBO, adepta do criacionismo, teoria sobre a origem do mundo e dos seres humanos baseada na interpretação textual da Bíblia. Um grupo de 31 professores passou a adotar os conceitos no Norte Fluminense. Os criacionistas acreditam que o Gênesis (o texto bíblico que explica a origem de tudo) é um relato incontestável e que a teoria da evolução é falsa.