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Guerra na Síria. Merkel e Putin querem retomar "processo político"

17 abr, 2018 - 12:42

Informação foi avançada pelo porta-voz da chanceler alemã após uma conversa telefónica desta com o Presidente da Rússia.

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Angela Merkel e Vladimir Putin discutiram, esta terça-feira de manhã, formas de retomar e fazer avançar o "processo político" para acabar com a guerra na Síria, dias depois de os Estados Unidos, França e o Reino Unido terem bombardeado partes do país em guerra em resposta a um alegado ataque com armas químicas que o Ocidente atribui às forças de Bashar al-Assad.

A informação foi avançada pelo porta-voz da chanceler alemã num comunicado citado pela Reuters. "A chanceler e o Presidente [russo] concordaram que o processo político deve ser central nos esforços para acabar com este sangrento conflito que dura há vários anos", explicou a fonte. No telefonema, acrescentou, "foram discutidas possibilidades" para garantir essa retomada das negociações

A conversa entre Merkel e Putin ocorre num momento em que o governo sírio e a Rússia sua aliada continuam a impedir o acesso da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) a Douma, o subúrbio de Damasco que terá sido palco de um ataque químico a 7 de abril.

Em resposta ao ataque, cuja alegada autoria é rejeitada pelo governo sírio, a administração de Donald Trump angariou o apoio do líder francês, Emmanuel Macron, e da primeira-ministra britânica, Theresa May, para lançar mísseis contra alvos específicos do governo sírio, entre eles bases militares e alegados armazéns de armamento químico.

É a segunda vez desde que tomou posse em janeiro de 2017 que o Presidente dos EUA ataca o território sírio sem consultar o Congresso norte-americano. Alemanha, a União Europeia e a NATO não participaram nos ataques deste fim-de-semana, mas declararam o seu apoio aos aliados.

Esta manhã, o governo de Macron aumentou a pressão sobre Assad e Putin para que garantam o acesso da equipa da OPAQ a Douma, sublinhando que, até lá, potenciais provas vão continuar a ser destruídas. "A Rússia e a Síria continuam a recusar o acesso dos inspetores a local do ataque e é muito provável que provas e elementos essenciais estejam a desaparecer desse local", referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros de França em comunicado.

Uma fonte russa de alto nível garantiu entretanto que a equipa de especialistas terá acesso a Douma na quarta-feira. Em declarações a partir de Haia, o representante da Rússia na OPAQ explicou que isso só ainda não aconteceu porque as estradas de acesso ao subúrbio ainda estão a ser desminadas, na sequência da reconquista daquele território aos rebeldes anti-Assad.

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