Por France Presse


Foto divulgada no sábado (27) mostra o templo de Ain Dara, na região de Afrin, na Síria, destruído por um bombardeio turco — Foto: ANHA via AP

Um templo neo-hitita de 3 mil anos de antiguidade foi danificado pelos bombardeios aéreos turcos no norte da Síria, indicou neste domingo (28) uma organização não governamental e um arqueólogo, que lamentou uma "catástrofe" similar aos destroços causados em Palmira.

O templo de Ain Dara, que data da "era arameia" (1.300 a 700 anos a.C) se encontra no enclave de Afrin, na mira da aviação e da artilharia turca. Na sexta-feira, foi atingido pelos bombardeios aéreos, detalhou a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

"O alcance das destruições é de 60%", estimou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Foto divulgada no sábado (27) mostra o templo de Ain Dara, na região de Afrin, na Síria, destruído por um bombardeio turco — Foto: ANHA via AP

O sítio de 50 hectares, descoberto em 1982, é famoso por seus "leões em basalto, imponentes e excepcionais, e afrescos esculpidos em pedra", indicou o ex-diretor-geral de Antiguidades e Museus da Síria, Mamun Abdelkarim.

"Três mil anos de civilização, destruídos em um bombardeio aéreo", lamentou o especialista, contatado pela AFP.

A Direção-Geral de Antiguidades e Museus síria condenou em um comunicado "os ataques turcos a sítios arqueológicos de Afrin" e confirmou "a destruição do templo de Ain Dara, um dos edifícios arqueológicos mais importantes construídos pelos arameus na Síria".

Foto divulgada no sábado (27) mostra o templo de Ain Dara, na região de Afrin, na Síria, destruído por um bombardeio turco — Foto: ANHA via AP

A Turquia começou em 20 de janeiro uma ofensiva militar no norte da Síria para expulsar as milícias curdas sírias da região.

Abdelkarim comparou a destruição do templo de Ain Dara à destruição causada pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) em 2015 na cidade de Palmira, sítio de 2 mil anos de antiguidade inscrito na lista do Patrimônio da Humanidade da Unesco.

"A destruição do templo de Ain Dara é do mesmo nível de atrocidade que a do templo de Bel", em Palmira, lamentou Abdelkarim.

Ele se preocupa com as consequências dos combates no setor de Jabal Saman, onde há localidades que datam do começo do cristianismo e que estão inscritas desde 2013 na lista em perigo do Patrimônio Mundial da Unesco.

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