Política

TSE aprova criação da Rede Sustentabilidade de Marina Silva

Organizadores do partido apresentaram 498.317 assinaturas, bem acima do patamar mínimo exigido pelo tribunal

A ex-senadora Marina SIlva com as filhas Shalom e Moara ao lado do ex-ministro Sepúlveda Pertence antes da sessão do TSE
Foto: André Coelho
A ex-senadora Marina SIlva com as filhas Shalom e Moara ao lado do ex-ministro Sepúlveda Pertence antes da sessão do TSE Foto: André Coelho

BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou por unanimidade, nesta terça-feira, a criação da Rede Sustentabilidade, partido da ex-ministra Marina Silva. Os organizadores da Rede apresentaram 498.317 assinaturas, bem acima do patamar mínimo exigido pelo TSE para autorizar a criação de um partido, hoje fixado em 486.679 assinaturas. A partir de agora, o país passa a ter 34 partidos políticos.

O ministro João Otávio de Noronha apresentou voto favorável a criação da Rede que, para ele, cumpriu todos requisitos necessários a formação de um partido. Os outros seis ministros, entre eles o presidente do tribunal, Dias Toffoli, seguiram na mesma linha. Numa entrevista depois da decisão do TSE, Marina criticou o que considera erros do governo, mas se manifestou contra eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff sem um fato específico.

- Se houver a comprovação, não há o que se discutir. Sem isso, não se muda presidente da República porque se discorda dele. Eu não posso ter dois pesos e duas medidas. Não faço discurso de conveniência - afirmou.

A ex-ministra disse que esse é um momento difícil para o Brasil. Pelas contas delas, 9 milhões de pessoas perderam o emprego nos últimos meses. Numa crítica à oposição, ela diz que não se pode tentar faturar sobre a crise e, com isso, repetir a lógica da busca do poder pelo poder. Ela afirma também, num recado a presidente, que não se deve adotar medidas apenas em busca de popularidade.

- Não se deve instrumentalizar a crise. É um momento de se debruçar sobre ela para resolver a crise. Não é o momento de ficar preocupado em recuperar popularidade. É o momento de adquirir credibilidade. Não é o momento de discutir apenas um ajuste fiscal. É o momento de fazer o ajuste Brasil. E o Brasil precisa ser ajustado na economia, na política, na educação, na infraestrutura e na postura - afirmou.

A Rede foi criada numa sessão marcada pela convergência de opiniões entre os ministros. Ao explicar o alinhamento com o voto do relator, o ministro Gilmar Mendes, elogiou Marina e voltou a criticar duramente o PT e a presidente Dilma. Depois de lamentar a desproporção dos tempos de tv entre Marina e Dilma na campanha eleitoral do ano passado, o ministro disse que a ex-ministra venceu em termos morais.

- Às vezes alguém ganha perdendo, às vezes alguém perde ganhando. Marina perdeu as eleições, mas ganhou a nossa admiração. Os que ganharam hoje merecem de todos nós a nossa indignação - disse Gilmar.

No mesmo instante, parte da plateia, formada por dirigentes da Rede, aplaudiu o ministro. No mesmo discurso, Gilmar criticou até o marqueteiro João Santana, coordenador da propaganda da campanha da presidente. Pouco antes do início da sessão do TSE, o deputado Miro Teixeira, disse que a Rede nâo endossa o impeachment.

- A questão do impeachment já foi avaliada. Não há causa para o pedido de impeachment – disse.