22/04/2015 12h27 - Atualizado em 22/04/2015 13h38

Vítima conta momentos sob a mira de sequestradores no Rio

"Quero sair do Rio, não sei mais em quem confiar", conta.
PM de UPP é suspeito de liderar quadrilha.

Henrique CoelhoDo G1 Rio

Divisão Anti-Sequestro apresentou armas de quadrilha (Foto: Henrique Coelho/G1)Divisão Anti-Sequestro apresentou armas de quadrilha (Foto: Henrique Coelho/G1)

Uma vítima de sequestro falou sobre os três dias que passou com um grupo, preso no último dia 17 em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. Entre os cinco suspeitos presos, está o homem apontado como líder: Felipe Lessa de Oliveira, PM da UPP do Borel.

"Eles me abordaram como se fossem policiais, todos com roupas de policiais civis. Me botaram dentro de um carro, me bateram e depois levaram para dentro do cativeiro", contou a vítima, que não quis se identificar. "Eles me pediam dinheiro, falavam que iam me matar e a toda a minha família se eu não conseguisse o dinheiro. Me bateram, me esfaquearam, me deram choques", contou ele.

"Me deram o prazo de uma semana para conseguir o dinheiro e eu contactei a DAS", explicou ele, que afirmou que não conhecia nenhum dos presos. "Eu quero sair do Rio, não dá mais para ficar aqui", lamentou.

A Divisão Anti-Sequestro (DAS) apresentou as cinco pessoas presas pelo sequestro do comerciante no dia 9 de abril no conjunto de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio. O PM está preso no batalhão especial prisional, na Zona Norte do Rio.

Segundo a delegada assistente Alice Cunha, ele era um dos líderes do gupo e já vinha atuando com este tipo de crime há mais de um ano. "Essa informação foi confirmada por um dos presos e pela vítima", contou. Eles vão responder por extorsão, sequestro, porte de armas raspadas, porte de drogas e formação de quadrilha.

"Eles determinaram que fossem para uma lanchonete em Bonsucesso, no acesso à Linha Amarela ", explicou a delegada. "Estamos investigando a participação de outras pessoas nestes crimes".

De acordo com a polícia, a vítima foi sequestrada no início do mês e levada para um cativeiro, em um depósito localizado no Parque União, no Conjunto de favelas da Maré, na Zona Norte.

Os criminosos pediram primeiro um resgate de R$200 mil, que depois foi diminuído para R$ 50 mil para libertar o comerciante, que ficou de quinta até domingo em cárcere, quando foi libertado em Realengo, no final da noite do dia 12 de abril. "Ele sofreu diversas torturas com armas de eletrochoque, golpes de arma branca e outras agressões", explicou.

Após esse período, foram retomadas as negociações entre os seqüestradores e a família da vítima, que seria ameaçada caso não pagasse R$ 50 mil e mais um carro da família da vítima. A DAS, segundo a delegada, acompanhou as negociações e prendeu o grupo no dia 17 de abril.

Armas e coletes
Com os criminosos, foram apreendidos duas pistolas calibre .40, cinco carregadores de fuzil, R$ 12 mil, coletes balísticos, máquina de eletrochoque, cocaína e cerca de 30 celulares com chips.

Junto com Felipe Lessa, que tem 29 anos e seis anos atuando como Policial Militar, foram presos Paulo Cesar Correa de Azevedo Júnior, de 28 anos, Emerson Alves Pereira, de 33, Marcelo Telles Cabral, de 34, e Jhonathan da Silva Santos, de 20 anos.

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