Parece que os displays LCD ainda estão longe de chegar ao fim. Em um ano que o OLED foi grande destaque no mercado mobile, inclusive com várias fabricantes de telas de cristal líquido investindo pesado para passar a fabricar o diodo emissor de luz orgânico, a LG Display tem motivos para comemorar. E dos bons.

A companhia anunciou aumento nos lucros do terceiro trimestre e ainda tem expectativa de novo crescimento para os últimos três meses de 2017. Apesar de analistas alertarem para o fato de investimentos em displays OLED poderem pesar um pouco nos lucros.

O braço da empresa sul-coreana responsável pela fabricação de telas (que também produz telas OLED) teve um crescimento de 80% nos lucros trimestrais em julho-setembro, alcançando 586 bilhoes de won (US$ 519 milhões), ficando acima dos 567 bilhões de won esperado, em média, por analistas.

As vendas entre outubro-dezembro devem crescer "um percentual de meio dígito", o que já é um bom aumento, considerando que ano passado esse trimestre registrou lucro recorde de 904,3 bilhões de won.

Parte do crescimento da LG Display se deve ao iPhone 8 e 8 Plus, que ainda utilizam a tecnologia LCD, enquanto o OLED ficou reservado apenas à versão de aniversário de 10 anos do smartphone. É o que explica o analista da KTB Investment & Securities, Kim Yang-jae.

Painéis LCD para dispositivos móveis se sustentaram, em parte pelo lançamento do último iPhone. E apesar de os preços de painéis grandes estar caindo, a LG pode se segurar bem pela força de seus produtos premium.

Ainda de acordo com o analista, a demanda por painéis de notebooks e PCs se manteve estável, o que é uma boa notícia após anos de queda. No entanto, há registros de queda nos preços dos painéis LCD com mais de 43 polegadas. Dados da WitsView apontam redução desde maio, com tendência de acelerar a queda nesse segundo semestre.

As vendas do iPhone 8, que também não estão nem perto de ser um sucesso, são outro motivo de preocupação para a LG Display. Perguntado sobre a questão, o CFO Don Kim limitou-se a dizer que a demanda por telas LCD para dispositivos móveis continua forte. A companhia pode substituir a Samsung como fornecedora dos painéis OLED em um futuro próximo.