Por Claudia Assencio, G1 Piracicaba e Região


Piracicaba tem imóveis com descontos acima da média no estado de São Paulo — Foto: Claudia Assencio/G1

Um aplicativo de celular gratuito ajuda a encontrar imóveis retomados pela Caixa Econômica Federal com até 90%, a depender da localização no país. A ferramenta, chamada Resale, pode ser baixada nas versões Android e IOS dos aparelhos, e permite filtrar as ofertas de acordo com o tipo, região e faixa de valores.

Em Piracicaba (SP), no interior de São Paulo, por exemplo, os abatimentos no valores alcançam 22%, de acordo com o idealizador da ferramenta, Marcelo Prata, um desconto maior do que a média estadual nos imóveis vendidos pela Caixa, que é de 17%.

O aplicativo também notifica o usuário sempre que um novo imóvel estiver disponível para a venda. Com a ferramenta, é possível visualizar a descrição do imóvel fornecida pelo banco, fotos, endereço completo, data de encerramento da venda e o edital com informações para consulta.

Aplicativo ajuda a encontrar imóveis retomados pela Caixa com até 90% de desconto — Foto: Reprodução/Resale

As informações disponibilizadas pelo aplicativo são públicas. Os idealizadores da ferramenta não atuam na intermediação da venda, que ocorre de acordo com o edital e diretamente com o próprio banco.

"O objetivo do aplicativo é popularizar o acesso a esse tipo de oportunidade de investimento e diminuir a disparidade de informações que existe nesse mercado. Com o aumento do número de imóveis retomados em função da crise, os bancos enfrentam maior dificuldade em negociar seus estoques", explicou.

Segundo Prata, o desconto médio dos imóveis é de 30% sobre o valor avaliado pelo banco, mas pode chegar até 90%, dependendo da localização, tipo e situação do imóvel.

"O principal apelo de um imóvel retomado pelo banco é o seu preço de venda, seja em função do seu valor contábil, isto é, o valor da dívida mais os encargos, multas e despesas com sua retomada, seja por algum estresse existente, como o fato de estar ocupado pelo ex-mutuário" disse Prata.

A compra é realizada diretamente com a Caixa, conforme regras definidas no edital de cada imóvel. “Nosso foco agora é incluir imóveis de outras instituições financeiras, leilões judiciais, ou mesmo órgãos públicos que precisam dar publicidade à venda para cumprir a Lei 8.666 das licitações públicas”, afirmou o idealizador do projeto.

Prédios de apartamentos no Centro de Piracicaba — Foto: Reprodução/EPTV

Piracicaba

O idealizador da ferramente ressaltou que o mercado de Piracicaba apresenta particularidades se comparado com o do estado de São Paulo.

"Os imóveis colocados à venda pela Caixa na cidade tem valor médio 17% abaixo do restante do estado, sendo que em casas esse valor chega a 22% e apartamentos, 11%. A análise mostra a força do mercado imobiliário local. Isso pode ser visto pelo estoque de imóveis para venda", ressaltou.

Prata explicou que os imóveis retomados podem passar por até quatro fases de vendas, primeiro e segundo leilões, segunda concorrência pública e venda Direta. "Assim, é possível identificar o quanto desses imóveis estão "encalhados" olhando quantos desses se encontram na última fase, a venda direta", disse.

A Caixa Econômica Federal foi procurada por G1 para falar sobre a tecnologia. "As informações oficiais do banco devem ser obtidas exclusivamente no site e nas redes sociais da instituição. A Caixa não se responsabiliza por informações do banco prestados a terceiros", disse em nota oficial.

Marcelo Prata é o idealizador do aplicativo — Foto: Marcelo Prata/ Renato Parada

São Paulo

Em São Paulo, no período de março a maio de 2017, a Caixa possuía 64% dos imóveis em venda direta, o que expõe a dificuldade do banco em desovar esse estoque. Em Piracicaba o percentual de imóveis nessa modalidade de venda era de apenas 11% no mesmo período.

Outro dado que chama a atenção é que 40% dos imóveis colocados à venda na região possuíam descontos acima de 30% em relação ao valor de avaliação realizado pela Caixa.

Mercado

O número de imóveis retomados, somente pela Caixa Econômica Federal, saltou de 8.775 em 2015 para 15.881 em 2016, um crescimento de 80,9%. A alta do desemprego e a queda da renda estão entre os principais fatores para o aumento da inadimplência e, por consequência, das retomadas.

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