17 Janeiro 2018
Durante toda a segunda metade do século 20, as pessoas estavam fascinadas com o grande desenvolvimento tecnológico e social pelo qual nossa espécie passava. Escritores e pintores do século 19 imaginavam os anos 2000 como um paraíso futurista de carros voadores e arranha-céus cromados. Bem, hoje nós sabemos que essa visão não se concretizou e a humanidade ainda está longe de alcançar este futuro brilhante, mas em meio a tantos problemas algumas ideias reascendem a esperança de um mundo melhor.
Cientistas da Universidade de Binghamton, nos Estados Unidos, desenvolveram uma bio-bateria que pode ser carregada pela saliva humana. A bateria em si é bastante similar a um origami e é realmente feita com papel. O professor Seokheun Choi, um dos colaboradores do projeto, declarou que esta é a “primeira bateria biológica baseada em papel e ativada por fluidos corporais no mundo”.
Nós desenvolvemos uma bio-bateria portátil, descartável e fácil de usar, que gera energia a partir do metabolismo de bactérias. Ela já está pronta para operar com fluidos do corpo humano, como a saliva, por exemplo, para geração de energia em aplicações descartáveis, como testes de doenças. A bateria inclui células especiais de bactérias chamadas de “exoelectrogens”, que têm a habilidade de coletar e enviar elétrons para o eletrodo externo. Para permitir o armazenamento destas baterias por um grande período de tempo, as células de bactérias ficam desidratadas até o momento de uso. Tudo o que necessário para ativar a bateria é um pouco de matéria orgânica, como a saliva. Isso possibilita que ela seja utilizada até em condições climáticas extremas como um deserto.
Atualmente, a bateria pode sustentar uma lanterna de LED por vinte minutos com apenas uma “cuspida”. Os pesquisadores acreditam que a tecnologia criada por eles pode ser aplicada em uma variedade de funções, especialmente nos aparelhos que consomem pouca energia. No futuro, a bateria pode alimentar testes de gravidez, testes de HIV, medidores de glicose no sangue e outros dispositivos usados pelos médicos que atuam nos países em situação precária, como algumas nações africanas.
O professor Choi também afirma que eles estão trabalhando em maneiras de conectar várias células da bateria de papel em um circuito em série ou paralelo para que elas possam alimentar dispositivos maiores.
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