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Fujitsu está abandonando o mercado de smartphones

Por| 25 de Agosto de 2017 às 12h56

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Fujitsu está abandonando o mercado de smartphones
Fujitsu está abandonando o mercado de smartphones
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A Fujitsu anunciou nesta sexta-feira (25) sua saída do mercado de smartphones. Após alguns anos amargando baixas vendas e números muito abaixo do esperado, a companhia vai colocar sua divisão de celulares à venda para concentrar esforços em dois setores que considera estratégicos: Internet das Coisas e inteligência artificial.

A situação é crítica. Até março de 2018, a expectativa é que apenas três milhões de smartphones da Fujitsu sejam vendidos em todo o mundo - ou, melhor dizendo, no mercado asiático, mais especificamente, no Japão. A marca é uma das poucas empresas locais a ainda estar apostando na fabricação de celulares, batendo de frente com a produção em massa de aparelhos de outras companhias da região, capazes de entregar dispositivos mais baratos e em maior quantidade - além de mais alinhados ao gosto do público.

O foco demasiado no Japão, inclusive, é citado pelos analistas como uma herança do passado, que agora mostra seus reflexos nas receitas da Fujitsu. Se houve um tempo em que o país tinha seu próprio mercado, muitas vezes com soluções e dispositivos que somente existiam por lá, hoje em dia o setor é muito mais globalizado, com os usuários, principalmente jovens, adotando soluções disponíveis no mercado global.

Assim como no restante do mundo, o mercado japonês é dominado pela Apple e pela Samsung, com a Huawei tendo grande presença nos setores de médio e baixo padrões. Enquanto isso, as fabricantes japonesas possuem uma parcela de apenas 3% das vendas globais, um total extremamente baixo principalmente quando se leva em conta que ele é dividido entre quatro companhias - Sony, Sharp, Kyocera e, finalmente, Fujitsu, em ordem numérica.

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Pegada curiosa

Nos últimos anos, um dos principais destaques da linha de aparelhos da marca vem sendo a linha Raku-Raku. Lançada em 2009, ela atende a uma parcela de público que não tem tanta intimidade com a tecnologia e prefere dispositivos mais simples, muitas vezes sem telas sensíveis ao toque e com os antigos formatos de flip. Desnecessário dizer que é um segmento bastante enxuto.

Isso sem falar em outras propostas inusitadas, com muitas delas nem mesmo dando as caras fora do Japão, apesar de terem ganhado o noticiário internacional justamente por causa da pegada curiosa. É o caso, por exemplo, de uma linha de smartphones e tablets que rodava o sistema operacional Windows 7, em uma interface adaptada para telas de toque e todas as funções de um computador tradicional.

Enquanto isso, a companhia sofria com a concorrência de fabricantes, principalmente, chineses, capazes de entregar dispositivos em maior escala e preços mais baixos. Diante de tal situação, a melhor solução para os executivos da Fujitsu foi colocar o setor à venda, o que inclui unidades de produção e até mesmo estoque. A companhia não falou em potenciais compradores nem confirmou se tem negociações em andamento, mas disse que já tem destino para o dinheiro.

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Aposta

A aposta nos setores de Internet das Coisas e inteligência artificial, entretanto, pode ser bastante arriscada. São dois segmentos de amplo crescimento no mercado japonês e também global, mas que contam com dois nomes dominantes: IBM e Accenture. A ideia da Fujitsu, entretanto, é se concentrar nos mercados asiáticos, onde as rivais ocidentais ainda têm pouca penetração.

O aumento nas margens do setor de tecnologia da informação, onde estão localizados os esforços citados, é constante. Para o atual ano fiscal, a previsão é de alta de 4,5%, enquanto que para o próximo pode chegar a 10%. Isso sem contarem as reformas estruturais que devem ser feitas assim que um comprador para as operações de smartphones seja encontrado.

O mercado, por outro lado, não pareceu muito empolgado com a notícia. O anúncio do fim da fabricação de celulares e da venda da divisão não alterou muito a valorização da Fujitsu na Bolsa de Tóquio, com um pequeno movimento de subida antes de um fechamento com ligeira queda, de 0,56%.

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Fonte: Nikkei