Por Camila Torres, TV Globo


Alunos de escola técnica criam aplicativo para ajudar mães de crianças com microcefalia

Alunos de escola técnica criam aplicativo para ajudar mães de crianças com microcefalia

Estudantes da Escola Técnica Estadual Professor Agamenon Magalhães (Etepam), na Encruzilhada, na Zona Norte do Recife, criaram um aplicativo de celular para ajudar as mães de crianças com microcefalia associada ao vírus da zika. Com o dispositivo, é possível pesquisar sobre a doença, fazer um diário sobre a evolução delas, além de identificar as principais atividades oferecidas na rede de saúde para ajudar no tratamento. (Veja vídeo acima)

Ao entrar no aplicativo, a pessoa pode pesquisar as atividades de tratamento e acompanhamento existentes em Pernambuco. Elas são separadas de acordo com o problema apresentado pela criança: visão, tato, audição, fala e cognição. Também é possível fazer a triagem da informação pela idade.

De acordo com os pesquisadores, uma das principais funções é o calendário. Em um bloco de notas, com datas, a mãe pode escrever e detalhar problemas e a evolução da criança. Em seguida, ela tem como compartilhar com as outras famílias.

Para desenvolver o aplicativo, os jovens visitaram médicos e entidades que acompanham as mães de crianças com microcefalia. A ideia do grupo, agora, é ampliar o trabalho e criar uma espécie de rede social.

O trabalho desenvolvido pelos jovens é ressaltado pelo professor Francenildo Kleyson. Segundo ele, o objetivo da instituição é fomentar nos jovens o empreendedorismo desde cedo. “Trazemos para as aulas as questões da sociedade para podermos criar dispositivos para ajudar”, afirma.

Os alunos da Etepam fazem parte de uma miniempresa criada, há três anos, na instituição de ensino. Eles atuam na área de desenvolvimento de softwares, comunicação, administração, design e estruturas de rede.

Estatísticas

Desde o início de 2017 até o dia 15 de março, o Brasil teve a confirmação de 165 casos de microcefalia ou outras alterações de crescimento e desenvolvimento possivelmente relacionadas ao vírus da zika. Ao todo, houve 541 novas notificações de casos suspeitos este ano. As informações são do Ministério da Saúde.

Segundo a pasta, houve 14 confirmações de mortes fetais e neonatais ligadas ao vírus e 16 confirmações de fetos com alterações no sistema nervoso central, abortos espontâneos e natimortos relacionados à infecção em 2017. Os dados do boletim incluem casos que ainda estavam em investigação na última semana de 2016 e podem ter sido confirmados no início de 2017.

Ao todo, entre casos confirmados e em investigação, 3.165 bebês estão em monitoramento, segundo o Ministério da Saúde: 21,1% recebem cuidados em puericultura (acompanhamento do desenvolvimento), 9,7% em estimulação precoce e 16% no serviço de atenção especializada.

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