Coreia do Sul pretende acabar com incentivos fiscais para investimento em robôs
Por Giovanni Santa Rosa | 09 de Agosto de 2017 às 14h09
O medo de que máquinas substituam trabalhadores não é novo — basta lembrar das aulas de História que mencionavam o ludismo, por exemplo. O desenvolvimento da robótica mantém esse debate aquecido. E, no meio de tudo isso, a Coreia do Sul está prestes a se tornar o primeiro país a taxar robôs industriais, ainda que indiretamente: o governo do presidente Moon Jae-in anunciou planos para reduzir gradativamente e extinguir até 2019 os incentivos fiscais oferecidos a empresas que investem em automação.
A lei atual permite às companhias deduzir entre 3% e 7% do investimento feito em robôs industriais, como forma de aumentar a produtividade da economia do país. O regulamento expira no fim do ano, e a administração federal manifestou a intenção de reduzir o incentivo em até 2% até 2019, quando ele seria extinto.
Uma fonte da indústria sul-coreana disse ao jornal The Korea Times que, apesar de não ser uma tributação direta aos robôs, a política pode ser interpretada dessa forma, já que torna o investimento mais caro.
De acordo com um levantamento da Federação Internacional de Robótica (IFR), a Coreia do Sul é o país com mais robôs industriais no mundo: são 531 máquinas desse tipo para cada 10 mil funcionários empregados nesse setor.
O debate sobre um possível imposto sobre robôs divide opiniões. Bill Gates, fundador da Microsoft, já manifestou seu apoio à criação de uma medida desse tipo, como forma de angariar recursos para treinar funcionários que possam vir a perder seus empregos.
Já entidades como a IFR se opõem a um imposto desse tipo, alegando que ele atrapalharia a inovação e a competição adequada no setor. Lawrence Summers, que foi secretário do Tesouro Americano durante o governo de Bill Clinton, também é contra a medida, por acreditar que uma ideia como a de Bill Gates seria implantada de forma errada.
Fonte: The Korea Times via The Telegraph