30 Novembro 2017
Os smartphones como nós conhecemos atualmente (uma peça retangular com uma tela sensível ao toque) só estão entre nós a exatos 10 anos. Em 2007, Steve Jobs subia ao palco para apresentar o primeiro iPhone e, com ele, revolucionar toda uma indústria. Daí foi só questão de tempo para os celulares inteligentes fazerem parte de nossa vida e ocuparem um espaço importante nela.
Você lembra a última vez em que saiu de casa sem o celular? E a última vez em que esteve em algum lugar e não checou suas redes sociais ou notificações por pelo menos 10 minutos? E como você se sente quando esquece o celular em casa? A resposta a essas perguntas pode dizer muito sobre a sua relação com esse dispositivo e, também, se você é vítima da Nomofobia.
De acordo com um estudo realizado por pesquisadores chineses, a Nomofobia é uma nova condição desencadeada pela falta de smartphones. Ela faz com que a pessoa apresente sintomas de ansiedade sempre que não está com seu aparelho por perto, seja por que esqueceu em casa ou por que foi roubado. E, segundo o estudo, esse efeito pode desembocar em transtornos psicológicos debilitantes no médio e longo prazo.
Porém, o que causa a nomofobia não é a possibilidade de ficar incomunicável, mas sim o fato das pessoas verem seus smartphones como uma extensão de si mesmos. Isso se dá devido ao crescente hábito de compartilharmos tudo o que fazemos nas redes sociais. São check-ins no Facebook, Stories no Instagram, dezenas de fotos altamente editadas de festas, viagens e passeios. Enfim, por estarmos sempre compartilhando tudo o que fazemos, vemos, lemos e comemos, acabamos considerando o telefone como uma parte de nós. E isso é deveras preocupante.
Dr. Ki Joon Kim, um dos autores do estudo, diz:
Quando os usuários associam os smartphones como parte de sua identidade, eles são mais propensos a se apegar aos dispositivos, o que leva à nomofobia. À medida em que os smartphones evocam memórias pessoais, os usuários mesclam ainda mais sua identidade aos aparelhos.
E as redes sociais têm um papel importante no desenvolvimento dessa síndrome. Este não é o primeiro estudo que relaciona o Facebook, por exemplo, a transtornos psicológicos e depressivos. Outra pesquisa afirma que usar smartphones durante o tempo de lazer com os filhos ou a família também pode ser prejudicial.
O fato é que estamos passando por um processo de transição da vida "analógica" para uma vida mais "digital". E, com isso, ainda estamos começando a entender os efeitos psicológicos que esta evolução acarreta em nossas mentes. O importante é sempre tentarmos encontrar um equilíbrio entre nossa vida offline e a online.
Já faz um tempo eu li um livro bem interessante sobre este tema. Se chama "Conecte-se ao que importa: um manual para a vida digital saudável", escrito pelo Pedro Burgos, antigo editor-chefe do Gizmodo. E na obra ele opina sobre diversas maneiras em que a tecnologia afeta nossa vida e como podemos encontrar este bendito equilíbrio na nossa vida digital e não sermos consumidos por ela. Vale muito a pena a leitura.
Comentários