Mito ou verdade: é possível fazer overclocking em qualquer PC?

4 min de leitura
Imagem de: Mito ou verdade: é possível fazer overclocking em qualquer PC?

Os computadores atuais são equipados com processadores bastante evoluídos, os quais geralmente trazem múltiplos núcleos e tecnologias avançadas que permitem executar a maioria dos aplicativos modernos sem dificuldades.

É claro que existem inúmeras categorias e modelos de componentes, mas mesmo os mais simples entregam uma experiência minimamente satisfatória para o cotidiano. Acontece que, muitas vezes, você quer realizar uma tarefa pesada e o seu PC parece uma tartaruga.

Aliás, quem nunca ficou com vontade de “tacar” o computador na parede que atire o primeiro gabinete. Pois é, muitas das máquinas básicas ou intermediárias não entregam toda aquela velocidade que os usuários esperam e aí é que vem a frustração.

É justamente nesses casos que temos a brilhante ideia: vamos aumentar o desempenho do PC com algum truque. Basta uma pesquisa rápida para descobrir que há um procedimento chamado overclocking (que serve para aumentar o clock de operação) para que a pessoa imagine que encontrou o Santo Graal dos computadores.

Apesar de bastante famoso, o overclocking está longe de ser uma prática simples, então é normal pintar dúvidas sobre esse procedimento. É por isso que hoje estamos aqui para responder uma das principais questões relacionadas ao tópico: afinal, é possível fazer overclocking em qualquer PC?

A resposta curta é: não. Agora, vamos entender com mais detalhes por que nem toda máquina traz essa opção e quais são os requisitos para você conseguir realizar oveclocking caso seu PC seja compatível.

Limitações dos componentes

Antes de pensarmos na questão da realização do overclocking, é válido analisar que existem inúmeras peças do computador que podem ter suas características de operação alteradas para obter ganhos em desempenho.

É perfeitamente normal falar em “fazer um overclocking no computador”, mas, muitas vezes, as pessoas pensam apenas nos ajustes do processador. Todavia, outros componentes como memória RAM e placa de vídeo também podem ser modificadas com essa técnica.

Basicamente, na teoria, qualquer dispositivo que trabalhe com um clock (ou seja, que tenha uma frequência de operação) poderia ser ajustado para funcionar com um clock acima daquele especificado pela fabricante.

Através de alterações na tensão de funcionamento ou com ajustes específicos (como a mudança no multiplicador do processador), você poderia rapidamente mudar a frequência de um componente e, assim, ter a performance melhorada.

Na prática, a coisa é bem mais complexa, pois ainda que o seu processador suspostamente pudesse ter o clock alterado, muitas vezes, a fabricante impõe limites ao produto, impedindo o overclocking. Essa decisão tem um motivo bem óbvio: evitar que o usuário altere as características regulares e acabe causando danos ao dispositivo.

Muitas complicações e riscos

Além dessa tática por parte da fabricante do processador, há também limitações intrínsecas da placa-mãe, a qual também deve ter opções e estar preparada para o overclocking. Considerando que a placa-mãe funciona como um hub para todos os dispositivos, ela deve ter peças de alta qualidade que permitam essa mudança no trabalho da CPU.

A verdade é que o assunto é ainda mais delicado do que apenas limitações das fabricantes — então não adianta cuspir fogo e culpar a Intel, a AMD ou qualquer marca que seja por essa restrição. Bom, nem tudo é “mude uma chave e tenha um PC mais rápido” (ok, em alguns computadores é bem fácil), sendo que há motivos bem óbvios para tais impedimentos.

Acontece que o overclocking implica em mudanças na operação dos transistores dentro do processador (ou mesmo da placa de vídeo ou da memória), o que significa que eles estarão forçados a trabalhar acima de suas capacidades. Isso, inevitavelmente, resultará em uma diminuição na vida útil do produto, bem como no superaquecimento das peças.

Pois bem, as ações por parte das fabricantes partem do pressuposto que, além de placas-mãe mais simples que não “aguentariam” essa carga extra, computadores mais básicos contam com sistemas de refrigeração limitados, então a liberação do overclocking poderia facilmente causar prejuízos ao consumidor.

Soluções adequadas e recomendações

Pensando justamente em usuários que realmente necessitam de mais poder é que a Intel e a AMD possuem processadores específicos com suporte para overclocking (como o Intel Core i7-7700K  e o AMD Ryzen 7 1800X). Esses modelos trazem peças internas de melhor qualidade e aptas para a operação com parâmetros acima daqueles configurados na fábrica, o que, obviamente, resulta em aumento no preço.

Além disso, há modelos de placa-mãe que já são preparados para dar o suporte necessário para tais peças. São produtos que usam controladores de tensão mais precisos e apresentam peças com melhor refrigeração, as quais aguentam o trabalho forçado por longos períodos.

Ao combinar uma placa e uma CPU compatível, você possivelmente terá acesso fácil ao overclocking na BIOS ou via softwares no sistema operacional. Entretanto, todas as marcas deixam bem claro que se trata de um procedimento arriscado e que elas não se responsabilizam pelo uso das peças com configurações alteradas.

Enfim, nem todo PC tem suporte para overclocking, bem como não é recomendado adotar essa prática ou tentar forçar mudanças abruptas nas tensões dos componentes, ainda mais quando os modelos definitivamente não são aptos para tal procedimento. A melhor solução para um melhor desempenho geralmente é investir em uma máquina mais poderosa.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.