Por BBC


Cientistas dispararam o laser sobre elétrons para avaliar a reação — Foto: Universidade de Nebraska-Lincoln

Como se fossem milhões de sóis. Assim é o brilho da luz mais potente criada na Terra por uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Luz Extrema no Estado americano de Nebraska, nos Estados Unidos.

A luz, produzida pelo laser Diocles - um dos mais potentes do mundo-, tem a extraordinária capacidade de mudar o aspecto do objeto que ilumina.

Essa característica significa que ela poderia ser utilizada como um novo tipo de raio-X capaz de obter imagens de resolução muito maior do que a alcançada até agora com os aparelhos convencionais.

Dispersão

Os pesquisadores descobriram o efeito desta luz quando incidiram o laser sobre elétrons individuais suspensos em hélio.

Dessa forma, eles notaram que, ao aumentar a intensidade da luz, depois de um certo limiar, a dispersão de fótons (partículas de luz) mudava a aparência daquilo que iluminava.

Para entender esse processo, Donald Umstadter, o principal autor do estudo, disse à BBC como funciona a dispersão, o processo que torna as coisas visíveis.

"Se você olhar pela janela, a única razão pela qual você vê é porque a luz do Sol reflete nos objetos - por exemplo, em uma árvore - e aí se dirige aos seus olhos. Esse reflexo é o que chamamos de dispersão", explica.

"Sem dispersão, mesmo em um dia ensolarado, você veria tudo escuro como a noite", acrescenta.

O que ocorre com esta luz potente é que ela produz uma dispersão em uma escala inimaginável.

Medicina e segurança

"Normalmente, se você aumenta a intensidade da luz de uma casa, vai poder ver tudo da mesma forma, mas mais brilhante. Quando nós aumentamos a potência do nosso laser a certo nível, a luz que vinha do objeto já não parecia o objeto original, mas um com mais forma, visto de distintos ângulos e com energia diferente."

"A imagem era mais parecida com as dos raios-X", diz.

Uma das aplicações práticas mais evidentes é no campo da medicina: a luz poderia, por exemplo, ser usada para detectar microfraturas.

Além disso, cientistas apontam que a luz poderia ser empregada para fazer imagens das reações químicas ou de elétrons em movimento, assim como em dispositivos de segurança.

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