Tecnologia

Por G1


Eduardo Magrani analisa ataque cibernético que atingiu quase 100 países

Eduardo Magrani analisa ataque cibernético que atingiu quase 100 países

A onda de ciberataques, que atingiu quase uma centena de países em todo o mundo nesta sexta-feira, 12, segue afetando o sistema de computadores de empresas. Neste sábado, 13, de acordo com a EFE, a Rússia denunciou ataques em massa contra bancos e empresa ferroviária. O grupo automobilístico Renault, na França, também informou que foi alvo de ciberataques, segundo informações da agência internacional.

Fontes da direção da Renault detalharam que a companhia, que está analisando a situação, tinha iniciado uma resposta desde ontem e estava fazendo o necessário para lidar com o problema. O delegado do sindicato Força Operária em Sandouville, Fabien Gloaguen, explicou que o trabalho nesta unidade do norte da França teve que ser interrompido desde a última madrugada como medida preventiva diante do risco de propagação do vírus, em declarações à emissora "BFMTV".

Segundo a France Presse, o serviço europeu de polícia, Europol, informou que “o ataque é de um nível sem precedentes e exigirá uma complexa investigação internacional para identificar os culpados". Os responsáveis pelas invasões ainda não foram identificados.

Este conjunto de ataques informáticos de envergadura mundial provoca inquietação entre os especialistas em segurança. O vírus bloqueia os arquivos dos usuários e os hackers exigem que suas vítimas paguem uma soma de dinheiro na moeda eletrônica bitcoin para permitir que eles acessem novamente os arquivos. O pagamento nesta “moeda” dificulta o rastreamento realizado por autoridades.

Vítimas ao redor do mundo

Aparentemente, a principal vítima no Reino Unido – e a primeira a anunciar o problema -- foi o Serviço Público de Saúde britânico (NHS), quinto empregador do mundo, com 1,7 milhão de trabalhadores. Neste sábado, 13, a organização tentou tranquilizar seus pacientes, mas muitos deles temem um risco de desordem, sobretudo nas urgências médicas, já que o sistema de Saúde Pública já estava à beira da ruptura.

Além do serviço de saúde, dezenas de milhares de computadores de quase 100 países, entre eles Rússia, Espanha, México e Itália, foram infectados na sexta-feira, 12, por um vírus "ransonware", explorando uma falha nos sistemas Windows, exposta em documentos vazados da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA).

O ciberataque trata-se de uma aparente campanha de ransomware – em que computadores são infectados com um vírus que codifica e "sequestra" os arquivos. Os invasores, então, pedem um "resgate": ameaçam destruir (ou tornar públicos) os arquivos caso não recebam dinheiro. O WannaCryptor, vírus utilizado no ataque, funciona apenas em computadores com o Windows.

Para restaurar os arquivos e recuperar o sistema, a vítima precisa fazer um pagamento. Imagens do vírus indicam que a praga está pedindo US$ 300 (cerca de R$ 950, mas os valores têm variado) para serem pagos pela criptomoeda anônima Bitcoin até uma data limite.

Apesar da grande número de relator de empresas e instituições, computadores pessoais com Windows não atualizados também podem ser infectados. Os computadores afetados pelo ransomware mostram uma tela com o pedido de resgate pelos arquivos sequestrados.

Ainda não é possível afirmar se alguma instituição pagou os valores pedidos, mas muitos lugares ainda estão "reféns" do ataque. Não existe uma garantia de que o pagamento desbloqueia o computador.

Ciberataques em larga escala atingem empresas no mundo e afetam Brasil — Foto: Reprodução / Twitter

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