Por Reuters


Sequência de imagens feita a partir de vídeo que mostra o hidrogênio em diferentes estágios de compressão — Foto: Isaa Sivera / Handout via REUTERS

Cientistas dos Estados Unidos conseguiram comprimir hidrogênio a ponto de transformá-lo em metal, de acordo artigo da revista "Science" desta semana. Esse tipo de material é totalmente novo e poderia ser usado como um bom condutor de eletricidade, segundo os pesquisadores.

A descoberta é a primeira confirmação da teoria dos físicos Hillard Bell Huntington e Eugene Wigner, criada em 1935. Eles apresentaram a hipótese de que o hidrogênio, que fica naturalmente no estado gasoso, pode se transformar em metal após passar por extrema pressão.

Para conseguir o feito, os físicos da Universidade de Harvard Isaac Silvera e Ranga Dias comprimiram uma pequena amostra de hidrogênio com uma pressão de 32,5 milhões de quilos em 6,5 cm², maior que a encontrada no centro da Terra.

Várias equipes de pesquisa tentavam desenvolver o hidrogênio metálico. O novo material é altamente valorizado. Atualmente, os supercondutores, como aqueles usados em ressonâncias magnéticas, precisam ter suas máquinas resfriadas com hélio em estado líquido e em temperaturas muito baixas. Isso encarece o processo.

"Este é o Santo Graal da física de alta pressão", disse Silvera. "É a primeira amostra de hidrogênio metálico da Terra. Quando você está olhando pra ela, você está olhando para algo que nunca existiu antes", completou em comunicado.

O professor de física David Ceperley, da Universidade de Illinois, não participou do estudo, mas disse que a descoberta, se confirmada, encerra uma pesquisa que levou décadas para ver como o hidrogênio - o elemento mais comum no universo - pode se tornar um metal.

Peritos questionam

A revista "Nature" publicou, no entanto, que cinco peritos ainda não acreditam totalmente na descoberta e que alegaram precisar de mais provas. "Não acho que o documento seja convincente", disse Paul Loubeyre, físico da Comissão de Energia Atômica da França.

Já para o geofísico Alexander Goncharov, a imagem está longe de deixar claro que o material brilhante é realmente hidrogênio. Ele sugere que o pode ser aluminia (óxido de alumínio).

Silvera e Dias disseram que queriam publicar a primeira observação antes de fazer mais testes em seu material.

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