O dia relâmpago de Isaquias Queiroz pegou muita gente de surpresa na Lagoa Rodrigo de Freitas nesta segunda-feira. Por volta das 10h, ainda havia torcedores chegando ao Estádio da Lagoa com camisas do Brasil e manifestando torcida pelo canoísta baiano — que já competira quase uma hora antes, vencera sua bateria e, por isso, avançou direto à final do C1 1000m, que só acontece na terça.
A administradora Cristiane Gomes, de 41 anos, tinha resposta na ponta da língua quando perguntada sobre o motivo para ter vindo à Lagoa nesta segunda:
— Isaquias! — exclamou, antes de ser informada pela reportagem que o baiano vencera sua bateria e, por isso, não competiria mais hoje:
— Mas teve uma mudança então, não é? Eu vi que ele competia uma vez e uma hora e meia depois entrava na água de novo. Eu merecia ganhar um ingresso para amanhã então — reclamou.
De fato, uma mudança no regulamento, nesta manhã, definiu que o vencedor de cada bateria da C1 1000m não precisaria disputar a semifinal, marcada para esta segunda, e iria portanto direto à final.
— Não chegamos a tempo de ver o Isaquias. Não sabia que ele só remaria uma vez hoje — lamentou o professor Paulo Mossmann, de 36 anos, que veio de Taquara, no Rio Grande do Sul, para prestigiar a Olimpíada.
— Mas, na verdade, vim à canoagem mais pela curiosidade. Não conhecia essa parte da cidade. Depois daqui ainda tenho ingressos para handebol e badminton — completou.
Houve também quem ignorasse a presença do canoísta baiano, esperança de três medalhas nesta Olimpíada:
— Vim à Lagoa para conhecer coisas variadas. O que eu queria mesmo era ver o Bolt, e isso eu fiz ontem — explicou Daniele Soares, de 32 anos, que veio de Natal (RN) — Aqui não conheço nenhum atleta. Vim participar do evento.