Política Impeachment

Geddel diz que Temer não tem medo de vaias nas Olimpíadas

Segundo ministro, não é obrigatória a ida à cerimônia de encerramento da Olimpíada
O presidente interino Michel Temer foi vaiado durante seu discurso na cerimônia de abertura da olimpíada. Nota divulgada pelo governo sobre a festa não cita vaias Foto: PASCAL LE SEGRETAIN / AFP
O presidente interino Michel Temer foi vaiado durante seu discurso na cerimônia de abertura da olimpíada. Nota divulgada pelo governo sobre a festa não cita vaias Foto: PASCAL LE SEGRETAIN / AFP

BRASÍLIA - Após jantar com o presidente interino Michel Temer nesta segunda-feira, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) minimizou o fato de que o peemedebista não comparecerá ao encerramento das Olimpíadas, no Rio. Geddel disse que se Temer temesse ser vaiado, não teria ido à abertura dos jogos olímpicos. O ministro afirmou ainda que "não está escrito em lugar nenhum" que o presidente da República deve comparecer ao evento final dos jogos.

— Se ele tivesse medo de ser vaiado, não teria ido à abertura das Olimpíadas. Não está escrito em lugar nenhum que o presidente tenha que ir ao encerramento. É uma opção dele — disse o ministro:

— Se ele não vai é porque deve ter algo mais legal para fazer — ironizou.

Geddel jantou ontem com Temer, os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e deputados da base. Com comida árabe, o convescote foi oferecido pelo deputado Esperidião Amin (PP-SC), relator do projeto da renegociação da dívida dos estados com a União na Câmara.

O ministro da Secretaria de Governo também comentou sobre a votação que definirá se o ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), será cassado. A votação está marcada para 12 de setembro, mas aliados de Cunha trabalham para esvaziar a sessão. Ele repetiu o mantra do governo de que o assunto nada tem a ver com o Palácio do Planalto:

— O que o governo Temer tem a ver com isso? Essa é uma questão do Congresso Nacional, um assunto que a Câmara vai tratar no momento oportuno — afirmou, negando que haja qualquer tipo de ameaça do peemedebista ao governo interino.

Para o ministro, assim que for resolvido o impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, o governo colocará a economia nos eixos. Ele afirmou que Michel Temer "fará o que for necessário", ainda que tome decisões impopulares.

— O importante é que o governo pós-impeachment fará tudo para botar a economia nos trilhos. O governo está absolutamente convencido disso, e fará o que for necessário, seja popular ou impopular.

Geddel disse também que tratará, em reunião nesta terça-feira com o líder do governo, André Moura (PSC-SE), também presente no jantar, sobre a melhor data para se votar o projeto do pré-sal e sobre os prazos da Medida Provisória que criou o Programa de Parcerias de Investimentos, a ser chefiado pelo ex-ministro Moreira Franco (PMDB-RJ), um dos aliados do núcleo duro de Temer.