16/08/2016 12h19 - Atualizado em 16/08/2016 12h20

CNI se reúne com Temer e pede mudanças na legislação trabalhista

Entidade disse que foram discutidas terceirização e acordos coletivos.
Robson Braga afirmou que jornada de trabalho não fez parte da conversa.

Filipe MatosoDo G1, em Brasília

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, afirmou nesta terça-feira (16), após se reunir com o presidente da República em exercício Michel Temer, que a entidade pediu ao governo mudanças na legislação trabalhista. Integrantes do governo têm dito que pretendem enviar uma proposta de reforma ao Congresso ainda neste ano.

Em julho, também após se reunir com Temer, o presidente da CNI já havia defendido que o Brasil deveria "estar aberto a mudanças" na legislação trabalhista para enfrentar a crise econômica. Ele citou o exemplo da França, onde o governo adotou uma reforma trabalhista que permite, entre outras medidas, que empresas negociem com empregados o aumento da jornada para até 60 horas semanais, em casos excepcionais.

Segundo o presidente da CNI, a jornada de trabalho não chegou a ser discutida na reunião desta terça, mas a entidade defendeu a regulamentação da terceirização, que está tramitando no Senado; o "fortalecimento" dos acordos sindicais entre trabalhadores e empregadores; e mudanças na chamada NR-12, norma do Ministério do Trabalho que dispõe sobre a segurança do trabalho em máquinas e equipamentos.

"São questões que já estão no Congresso. Apresentamos [ao Temer] o que isso tem criado de dificuldade no desenvolvimento das empresas e do setor industrial, e que é preciso que isso [mudanças] avance mais rapidamente", disse Robson Braga.

Comércio exterior
O presidente da CCNI disse ainda ter defendido junto a Temer que o Brasil adote uma política industrial "coerente e adequada".

Ao se referir ao comércio exterior, Braga afirmou que a entidade tem "preocupação" em relação ao câmbio, porque, segundo ele, a indústria "tem voltado seus objetivos" para a exportação.

"Hoje a indústria tem certeza de que o comércio internacional não pode ser algo pontual, tem de ser uma estratégia de desenvolvimento e, nesse aspecto, é fundamental que haja, primeiro, a previsibilidade do câmbio", disse.

Segundo Robson Braga, a indústria estimava o dólar variando entre R$ 3,40 e R$ 3,30. "E hoje está em R$ 3,13, então a gente precisa ter um trabalho de que a indústria brasileira tenha competição através de um câmbio adequado ou tenha mecanismos de compensação dessa diferença de câmbio. Precisamos achar um caminho, uma forma de trabalhar" afirmou.

Na avaliação do presidente da CNI, Temer demonstrou na reunião ter entendimento de que o comércio exterior é "fundamental" para o país se desenvolver.

Shopping
    busca de produtoscompare preços de