07/07/2016 09h46 - Atualizado em 07/07/2016 09h46

Estudantes do IFPB criam aplicativo para mapear casos de assédio

Projeto foi idealizado por aluna de design gráfico do IFPB em Cabedelo.
Aplicativo deve ajudar polícia no mapeamento dos crimes e na investigação.

Do G1 PB

Um protótipo de aplicativo para smartphones voltado para o mapeamento dos casos de assédio e abuso sexual foi desenvolvido por estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB). O projeto está em fase de conclusão e quando estiver disponível, vai permitir às vítimas utilizarem o celular para registrar os casos e ajudar a polícia na investigação.

O aplicativo, chamado de “Eva”, foi idealizado por Simony César, que é estudante de design gráfico do IFPB em Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa. Segundo a jovem, os usuários do programa terão acesso, em tempo real, a dados sobre os crimes. “Se você tem o aplicativo e está em um raio ‘x’ próximo a uma vítima, você recebe uma notificação, dizendo que naquele ônibus próximo a você está tendo um assédio, por exemplo”, diz Simony.

Outro recurso que deve estar presente no Eva, quando concluído, é o banco de dados para os usuários terem acesso a perfis com fotos e locais onde os crimes acontecem, facilitando a identificação dos agressores. “Esta funcionalidade só está disponível pro perfil da pessoa que presenciou o assédio. Aí você pode fazer um vídeo, tirar uma foto e fazer um upload disso. Uma vez estando no banco de dados, a gente filtrando isso, pode até mapear maníacos que atuam em diversos trechos da cidade”, comenta a desenvolvedora.

O projeto dos estudantes ainda não foi lançado, mas a ideia já recebeu um prêmio, no final de junho, em um evento internacional que aconteceu em Pernambuco. “Essa mesma situação que nós temos no Brasil, de violência contra a mulher, acontece em todo o mundo. Então é um projeto que pode ter repercussão internacional. Como o evento aconteceu simultâneamente em quatro países, com certeza contribui para a amplitude do projeto”, disse o professor e organizador do evento Vinnie de Oliveira.

Apesar de ainda não estar disponível, o projeto já recebeu o sinal positivo para a viabilização nas lojas dos smartphones. Segundo a estudante desenvolvedora, o retorno por parte da população, nas redes sociais, aponta que o Eva pode ajudar no combate a violência contra a mulher. “A gente consegue ver o desejo nas redes sociais. Quando saiu as primeiras notícias, as pessoas já perguntavam quando ia estar disponível. Já é gratificante só daí, de ver a aceitação que já tem mesmo sem o Eva estar pronto”, conclui Simony.

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