13/07/2016 14h14 - Atualizado em 13/07/2016 16h57

Nissan lança 'piloto automático' limitado, mas não dispensa motorista

Sistema é semelhante ao que a Tesla oferece e vai estrear em minivan.
Acidente com carro com esse recurso esquentou debate nos últimos dias.

Do G1, com informações da Reuters

Nissan lança 'piloto automático' limitado, chamado ProPilot (Foto: Toru Hanai/Reuters)Nissan lança 'piloto automático' limitado, chamado ProPilot (Foto: Toru Hanai/Reuters)

A Nissan apresentou nesta quarta-feira (13) seu "piloto automático" limitado, que permite que o carro ande sozinho sob certos limites. Chamado "ProPilot", ele é semelhante ao "AutoPilot", da Tesla, envolvido no primeiro acidente fatal da história com esse tipo de tecnologia, em maio passado, nos Estados Unidos.

O acidente levantou questionamentos sobre a direção autônoma. Durante o anúncio, a Nissan enfatizou que a ideia é que essa tecnologia ajude motoristas, e não os subsititua.

O "ProPilot', assim como o programa da Tesla, permite que o carro ande sozinho em pistas simples (ele não muda de faixa) e se adapte a situações de congestionamento, acelerando ou reduzindo a velocidade conforme o carro da frente. Ele também possui frenagem automática.

Recursos do tipo já são oferecidos por outras montadoras, mas, basicamente, estão restritos a carros de luxo. Mas o primeiro veículo da Nissan a ter o programa será a minivan Serena, que será lançada no Japão no mês que vem, custando por volta de US$ 29 mil (cerca de R$ 95 mil na cotação desta quarta).

Minivan Serena será o primeiro carro da Nissan com o sistema ProPilot (Foto: Toru Hanai/Reuters)Minivan Serena será o primeiro carro da Nissan com o sistema ProPilot (Foto: Toru Hanai/Reuters)

A montadora disse que também deverá incluir em breve o "ProPilot" no SUV Qashqai, e que o sistema será oferecido nos Estados Unidos e na China, além do Japão.

 

Não é para esquecer do volante
A Nissan não quis comentar a morte do motorista do Tesla, mas o vice-presidente executivo, Hideyuki Sakamoto, afirmou que é importante que os condutores não superestimem o objetivo e a capacidade das funções de direção autônoma.

"Essas funções são para dar suporte aos motoristas, e não são para que o carro dirija sozinho", explicou o executivo.

A diferença entre sistema de semiautonomia, como este da Nissan, o da Tesla e o da Volvo - vendido no Brasil - é que o carro anda sozinho dentro de certos limites, exigindo que o motorista mantenha a atenção à via.

O que se chama de autonomia total de um carro, e que ainda não existe nas lojas, é quando o veículo assumirá total controle, permitindo que o motorista nem sequer olhe para a via.

"São duas coisas bem diferentes", destacou Sakamoto.

Assim como o "Autopilot", da Tesla, o "ProPilot", da Nissan, exige que o motorista mantenha as mãos no volante, para demonstrar que poderá reassumir o controle do carro a qualquer momento.

Um alerta aparece se ele tirar as mãos por até 4 segundos. Depois de 10 segundos, soa um alarme.

 

"Naturalmente, esse sistema tem limitações, e é nosso trabalho comunicar quais são elas", disse Tetsuya Iijima, diretor do departamento de tecnologia avançada da montadora.

A montadora diz que, daqui a 2 anos, o programa deverá atuar também em vias com pista com faixas múltiplas e, em 2020, realizar outras funções comuns no trânsito urbano, como fazer conversões em cruzamentos.

Questão de opção
No ano passado, no Salão de Tóquio, o presidente executivo da Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn disse que acreditava que haveria dos tipos diferentes de carros autônomos.

Para ele, carro totalmente autônomo será de uso comercial, explorado pelo Google e o Uber, em aluguéis temporários, por exemplo. Já os carros da montadora japonesa com essa tecnologia deverão dar opção ao motorista de deixar o volante quando quiser: "É fazer a vida dele mais fácil. Ele escolhe se dirige (naquele momento) ou não", resumiu.

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