Não é novidade que os olhos do mundo estarão voltados pra o Rio durante os Jogos. Mas se engana quem pensa que os resultados nos esportes e a infraestrutura da cidade são os únicos fatores que vêm recebendo atenção: os cariocas já estão na mira dos usuários de aplicativos de relacionamento que em breve desembarcam na cidade para curtir a Olimpíada. 

É o que diz o aplicativo Tinder, que afirma que a sua função paga Passport, em que é possível dar uma olhada em quem está usando o app em um destino que você deseja visitar, teve um aumento de 10% nas buscas pelo Rio de Janeiro entre usuários de todo o mundo, por conta da proximidade do evento. A cidade é a única brasileira na lista das mais procuradas nessa função.

A estudante Paula Foit espera conhecer gringos nos aplicativos de relacionamento e 'incrementar o currículo' (Foto: Paula Foit / Arquivo Pessoal)

“Os cariocas já registram 15% mais matches (interesse mútuo entre usuários do aplicativo) que a média global e esperamos que este número aumente com a visita de usuários internacionais do Tinder”, diz Andrea Iorio, diretor de marketing e comunicação do Tinder para América Latina.

Isso quer dizer que o aplicativo deve repetir o sucesso da Copa do Mundo, quando registrou um aumento de 50% no uso e no número de downloads no país. Quem já está curtindo a novidade são usuários cariocas, que, animados com os turistas que desembarcam pela cidade no próximo mês, têm expectativa de medalha de ouro em pegação.

João Paulo já nota o aumento de turistas
no app a 28 dias do início dos Jogos
(Foto: João Paulo Sweet / Arquivo Pessoal )

O carioca João Paulo Sweet, de 25 anos, usa tanto o Tinder que até se fantasiou do aplicativo no último carnaval. Na Copa do Mundo, ele conheceu duas meninas e espera repetir o sucesso. “Em 2014, conheci uma menina da Ucrânia e uma da Bósnia, a ucraniana até ficou aqui em casa. Já tem dado muita gringa no app e acho que a Olimpíada vai ser ótima, muita gente vai estar de férias, altas festinhas, vai ficar mais fácil de marcar e sair com as meninas”, planeja.

As cariocas também estão no aquecimento. “Moro em Copacabana, e, na Copa, era muito fácil achar gringo nos apps. A Olimpíada vai ser boa para dar uma variada e turbinar o currículo! Por exemplo, argentino já tem sempre por aqui, mas um finlandês é mais raro, vai dar aquela incrementada no Lattes, né”, brinca a estudante de Produção Cultural Paula Foit, de 26 anos.

Ela conta também que já está de papo com alguns estrangeiros que estão pra chegar. “Já até cheguei a conversar com um que chega para os Jogos, é o momento pra investir, porque o produto nacional eu já conheço”, afirma ela, que já usa o Tinder há dois anos.

A usuária Patricia Porto, de 42 anos, também já está de olho. “Já tem um pessoal lá de fora usando e avisando que vai chegar pros Jogos. Estou conversando com um alemão, um espanhol, um português e um canadense. Vai ser uma época muito boa pra quem quiser uns romances relâmpagos”, opina ela, que já usa o Tinder há alguns anos e conheceu muita gente legal no aplicativo.

A carioca Jessica Montes, de 25 anos, também comemora a cidade cheia de rostos diferentes nos aplicativos, mas acredita que os gringos tem um ritmo lento. “Os gringos são mais difíceis. Não sei se ele tem medo de chegar, mas não tem a mesma malemolência do brasileiro”, diz. Paula concorda. “Acho que eles se sentem um pouco intimidados pelas mulheres daqui. São muito marcha lenta, mas a gente dá o nosso jeito”, garante.

Já o Happn, outro aplicatico que promove encontros, informou que a plataforma tem escala suficiente para lidar com um possível pico de downloads durante a Olimpíada. O aplicativo, lançado no país em abril de 2015, tem 2,8 milhões de usuários no Brasil, dos quais 900 mil ficam em São Paulo e 450 mil no Rio.

De acordo com o app, os locais onde as pessoas mais se cruzam no Happn são: Centro; Copacabana; Barra da Tijuca; Aeroporto Santos Dumont; UFRJ; PUC – Rio; Macaranã; Del Castilho; Cidade Universitária e Tijuca Shopping.

*Sob supervisão de João Ricardo Gonçalves