02/05/2016 18h05 - Atualizado em 02/05/2016 18h05

Bloqueio do WhatsApp prejudica negócios no Centro-Oeste de MG

Empresária e assessora não conseguem prestar serviço após suspensão.
Bloqueio foi pedido por descumprimento de decisão judicial; App lamenta.

Laiana ModestoDo G1 Centro-Oeste de Minas

Atendente de WhatsApp em Campinas  (Foto: Priscilla Geremias/G1)Bloqueio prejudica empreendedores digitais
(Foto: Priscilla Geremias/G1)

O bloqueio ao aplicativo WhatsApp por 72 horas, que começou a valer às 14h desta segunda-feira (2) para clientes das principais operadoras de telefonia já tem causado transtornos no Centro-Oeste de Minas Gerais. Profissionais que utilizam o aplicativo como ferramenta de trabalho relataram ao G1 as dificuldades de comunicação a partir da impossibilidade do uso.

O bloqueio foi pedido porque o Facebook, dono do WhatsApp, não cumpriu uma decisão judicial anterior de compartilhar informações que subsidiariam uma investigação criminal. Em comunicado, o WhatsApp lamentou a decisão e disse não ter a informação exigida pelo juiz. Segundo o Sindicato das Operadoras (Sinditelebrasil), todas as empresas – TIM, Oi, Vivo, Claro e Nextel – foram notificadas e afirmaram que vão cumprir a determinação judicial. A multa para as empresas em caso de descumprimento é de R$ 500 mil.

Suelen Corgozinho é proprietária de uma empresa virtual de cósmeticos em Divinópolis e de acordo com ela, a revenda é realizada em todo o país, sendo que muitas das negociações ocorrem via Whatsapp. Com a falta do aplicativo a empresária informou que não consegue se comunicar com clientes de outros estados, já que as ligações interurbanas são muito caras.  

"Já tinha venda separada para clientes do Pará, mas não posso liberar antes de confirmar o pagamento. Tenho clientes no Brasil inteiro e a maioria das negociações é feita pelo aplicativo. Não sei como vou fazer, está muito complicado, estou com medo de perder vendas, o bloqueio está atrasando a minha vida", afirmou. 

 

Já Talita Camargos é proprietária de uma agência de comunicação digital e criou uma plataforma de trabalho toda voltada para o mobile. Entre os trabalhos, ela faz a assessoria de uma empresa que realiza um treinamento de vendas para 300 pessoas em São Paulo. Após a etapa presencial, haverá o módulo online, onde  a proprietária utiliza o WhatsApp para enviar comunicados, instruções e dicas de vendas. Além disso, nas terças-feiras ela entra em contato com os participantes para falar sobre as lições do módulo online.

"Eu havia até chamado um estágiario para me ajudar, mas dispensei. A solução vai ser na quinta-feira atualizar o pessoal e fazer o relatório quando o aplicativo voltar, porque não adianta migrarmos para outro aplicativo, já que teriamos que contar com a sorte dos 300 participantes do treinamento utilizarem um outro serviço de mensagens instantanêas.", explicou.

Em outros serviços de comunicação, a maioria dos clientes de Talita também entram em contato através do Whatsapp, porém com a ausência os outros meios alternativos como telefone e e-mails estão suprindo a ausência. 

"Por um lado é bom para analisar sobre as ferramentas que estamos utilizando. O Whatsapp é uma ferramenta boa, mas ainda imatura para ser usada como principal. Sobre a bloqueio, acho péssimo porque não temos nada a ver com a privacidade dos dados e somos prejudicados. A lei da internet ainda tem muito o que caminhar", afirmou. 

 

 

 

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