15/06/2016 16h47 - Atualizado em 21/06/2016 18h42

'Ghost Recon Wildlands' sofre para ir além da ação genérica; G1 jogou

Novo game de tiro da Ubisoft leva série para mundo aberto na Bolívia.
'Wildlands' será lançado em março de 2017 para PS4, Xbox One e PCs.

Bruno AraujoDo G1, em Los Angeles (EUA) – o jornalista viajou a convite da Microsoft

O game de tiro "Ghost Recon Wildlands" leva a equipe militar secreta assinada por Tom Clancy para a Bolívia, em um grande mundo aberto onde o objetivo é acabar com o cartel de drogas mexicano que tomou conta do país. Mas assim como esse roteiro meio imperialista, meio preconceituoso mesmo, o novo "Ghost Recon" sofre para provar que consegue ir além da ação genérica que vemos aos montes por aí. O G1 jogou uma demonstração do game durante a feira E3 2016. Assista ao vídeo acima.

 

"Wildlands" abusa dos superlativos. A Ubisoft diz que este é o maior mundo aberto que ela já criou, com mais de 10 tipos de paisagens diferentes, e o primeiro jogo do tipo com modo cooperativo para até 4 jogadores do começo ao fim. Tudo isso, é claro, abençoado pela velha possibilidade de cumprir as missões "da forma que você quiser".

A grande questão, porém, é a seguinte: o que motiva o jogador a explorar toda essa natureza e, de quebra, ainda convencer outros amigos a embarcarem junto?

Porque apesar de ter o lançamento previsto para quase 1 ano depois de "The Division", game de tiro mais recente da Ubisoft, "Wildlands" parece mais e cru e com menos recursos do que seu irmão mais velho da família Tom Clancy.

Buscar e destruir
Na demonstração da E3 2016, o objetivo da equipe era extrair com vida um alvo inimigo, El Pozolero, responsável por sumir com os corpos dos adversários do cartel mexicano. Os jogadores surgem em duplas em dois pontos distintos do mapa, e precisam se coordenar para atacar um vilarejo no vale.

'Ghost Recon Wildlands' leva série militar para um mundo aberto na Bolívia (Foto: Divulgação/Ubisoft)'Ghost Recon Wildlands' leva série militar para um mundo aberto na Bolívia (Foto: Divulgação/Ubisoft)

A ideia não é ruim. "Wildlands" quer usar um mundo aberto para dar uma cara de "GTA" à série, que sempre foi conhecida por privilegiar a movimentação tática pelas fases. E as possibilidades resultantes desse pensamento estão lá. Em uma sessão anterior a do G1, a equipe de "ghosts" conseguiu manter a discrição e sequestrou El Pozolero sem alarde. Na nossa, por outro lado, tudo deu errado desde o começo e a missão inteira foi um grande tiroteio. O problema é que, em ambos os casos, tanto a ação como a estratégia não empolgaram.

Com exceção de um dos jogadores, que tinha um drone de reconhecimento para identificar possíveis inimigos, todos na demo de "Wildlands" eram praticamente iguais. Não havia distinção clara entre classes de personagens (um é médico, outro é sniper, etc.) e até mesmo de tipos de armas. A impressão que fica é que o time tem 4 soldados não porque cada um tem um papel imprescindível (e estratégico) na ação, mas porque esse é o número mínimo para encarar o número de adversários colocados no mapa.

Por cima disso, as próprias mecânicas de tiroteio eram bem básicas. Assim como em "The Division", cada jogador usa uma arma principal, uma secundária e uma pistola, com o bônus de carregar granadas e de poder se deitar no chão para se esconder. Mas ao contrário de "The Division", "Wildlands" não tem um sistema de "loot" – as recompensas que os inimigos derrubam – e de construção de personagem tão aprofundado.

'Ghost Recon Wildlands' promete um mundo aberto que pode ser jogado cooperativamente por até 4 jogadores (Foto: Bruno Araujo/G1)'Ghost Recon Wildlands' pode ser jogado cooperativamente por até 4 jogadores (Foto: Bruno Araujo/G1)

É claro, quando o pau está comendo, não tem como não ficar empolgado (mesmo com poucos recursos à disposição). É preciso conversar com os colegas para pedir ajuda ou uma carona em alguns dos veículos do game (incluindo helicópteros). E o nível de caos e explosões até flertam com as memórias queridas de um primeiro "Mercenaries" da vida.

Mas isso nos leva ao ponto mais crítico do game. Da forma como foi apresentado na E3, "Ghost Recon Wildlands" até pode ser apreciado sozinho, mas as chances de isso ser divertido são remotas.

A Ubisoft costuma vender seus (infinitos) mundos abertos como experiências longas e imersivas, mas parece desconsiderar que, antes de qualquer coisa, eles precisam se sustentar por conta própria. E apesar de "Wildlands" ser excitante como um jogo cooperativo, por enquanto ele não traz absolutamente nada de novo ao já saturado mercado de games de tiro.

"Ghost Recon Wildlands" será lançado em 7 de março de 2017 para PlayStation 4, Xbox One e PCs.

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