_”A gente já deu um jeito, pode ficar tranquilo. A gente sempre dá um jeito. Sabe como que é: esse pessoal da igreja é fogo! Meteram bronca e a gente teve que acabar cobrindo a estátua com plástico preto mas, pra compensar, colocou na frente dela um batalhão de gente bonita quase nua e tamos resolvidos. Tá feito o negócio, né meu irmão? Carnaval é isso mesmo, muito trabalho e também tem que ter muito jogo de cintura, muita criatividade e improvisação. Agora, se o pessoal da igreja não gostou, azar. Não é isso que vai nos derrubar! A gente dá um jeito. Tem que saber se virar. A gente não vê nada de mais de usar a estátua do santo no desfile. É até uma homenagem pro padroeiro, não é mesmo? Mas se os home não querem... que se há de fazer? Não é agora que a gente vai deixar a peteca cair. De jeito nenhum! A gente improvisa um embrulho, bota umas luzes, joga uns espelhinhos e bota muita gente linda sambando na frente e tá feito. Não é mesmo? Concorda comigo?” _ desabafo de um carnavalesco enquanto trabalhava, de última hora, cobrindo uma gigantesca estátua de isopor em um carro alegórico, na entrada do sambódromo
Este texto foi criado em 2011 para ser postado durante os dias de Carnaval.
É apenas um exercício associativo entre os 22 Arcanos Maiores do Tarot e personagens fictícios, sempre relacionados à festa de Momo.
Na ocasião em que foram publicados pela primeira vez havia um subtítulo: "O que se ouviu durante o Carnaval", pois o exercício compreendia criar um "monólogo" para cada personagem de tal forma que, através da sua fala, pudesse ser identificado não apenas o Arcano Maior que havia inspirado a sua criação, mas algumas das possíveis características, ou interpretações, desse mesmo Arcano.
(As imagens utilizadas foram retiradas da internet e tem motivo unicamente ilustrativo, em nada comprometendo ou relacionando o texto com a conduta ou personalidade da pessoa retratada)
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