Política

Movimentos contra o governo Dilma pedem unificação de pedido de impeachment

Eles querem que pedidos feitos este ano sejam anexados ao do ex-petista Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT

Encontro pela unificação dos pedidos de impeachment da presidente Dilma na casa do jurista Hélio Bicudo
Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo
Encontro pela unificação dos pedidos de impeachment da presidente Dilma na casa do jurista Hélio Bicudo Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo

SÃO PAULO - Movimentos contra o governo federal vão unificar em um só quatro pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A solicitação de unificação será feita na próxima terça-feira na Câmara dos Deputados. Ela foi anunciada na noite desta sexta-feira em São Paulo, no apartamento do jurista Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT e autor de um dos pedidos.

Os pedidos têm por base as chamadas "pedaladas fiscais" e crimes de responsabilidade fiscal que teriam sido cometidos pela presidente. Ao pedido de Bicudo, entregue este mês, serão anexados outros três protocolados anteriormente — um de autoria do movimento Nas Ruas contra a Corrupção, protocolado em abril, e dois dos advogados Adilson Dallari e Dirceu Torrecillas Ramos.

Em anúncio esta noite, eles disseram que a unificação é apoiada por cerca de 30 movimentos anti-Dilma, entre eles, Avança Brasil, Brasil Melhor e Acorda Brasil. Bicudo, que fez duras críticas ao governo Lula e Dilma no encontro em sua casa, disse que se sente honrado em ter seu pedido de impeachment como base do texto unificado.

— (O meu pedido) veio em consequência de apelos populares. Juridicamente (a unificação) não faz diferença, mas socialmente faz — disse, acrescentando:

— Lula e Dilma se dizem indissociáveis. Então a roubalheira que ele tem feito abrange o atual governo, porque eles estão juntos — disse.

— O doutor Hélio, enquanto fundador do PT e participante desse processo de impeachment, fecha um ciclo — disse Carla Zambelli, representante do "Nas Ruas".

A advogada Janaína Paschoal, também autora do pedido, diz que a presidente cometeu vários crimes de responsabilidade fiscal.

— A presidente descumpre a lei (de crimes de responsabilidade fiscal) ao pedir empréstimo a bancos públicos e não contabilizá-los, o que fez acreditar que as contas do país estavam saudáveis, quando não estavam.