• 09/02/2015
  • texto, fotos e vídeo por Michell Lott
Atualizado em
Café Beluga (Foto: Michell Lott)

Construir um café moderninho, minimalista e cheio de charme no coração do bairro paulistano de Vila Buarque pode ser uma missão difícil para arquitetos que se abalam facilmente com críticas. Acontece que, em uma das travessas da rua doutor Cesário Mota Jr., onde fica localizado o café Beluga, existe um verdadeiro epicentro de profissionais do ramo, a rua General Jardim. "Quando as portas foram abertas, o espaço estava inacabado, sem fachada. Como durante a semana 70% dos frequentadores são arquitetos, todo mundo dava um palpite. A gente brincava que esse seria o café mais julgado do Brasil", conta Juliana Braga à Casa Vogue, responsável pela obra ao lado de Ciro Miguel e Bruna Canepa.

Críticas – e elogios – à parte, era exatamente um desenvolvimento legítimo que os donos do local desejavam. Flávio Seixlack e Rodolfo Herrera, vindos do jornalismo e da publicidade, respectivamente, queriam que o Beluga começasse do zero, como uma tela em branco, assim como o reposicionamento de carreira que fizeram. "O nosso estabelecimento tinha que ser simples e sem frescura, imagem que combina muito com a proposta que achamos que o café deveria ter. A gente não queria que ele inaugurasse com cara de já estar aqui há 20 anos", conta Herrera. "Nós não temos história, estamos iniciando uma. Mas provavelmente ele continuará com essa estética mais clean. Ou não. Só o tempo irá dizer."

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Para dar tal alma ao espaço, os detalhes foram minuciosamente pensados e a organização espacial privilegiou a funcionalidade. O primeiro passo foi o balcão. Baixo, deixa claro todo o processo de produção dos dez cafés do menu enxuto – entre clássicos italianos e gelados –, todos preparados na hora pela dupla. "Não temos funcionários, pois queremos nos envolver com todos os detalhes, manter o controle e a qualidade", revela Seixlack. "Queremos levar para os clientes um pouco da cultura do café, uma bebida que pode, e deve, fugir do básico expresso. Abordamos diversos modos de preparo e mostramos as possibilidades que ela pode oferecer."

Café Beluga (Foto: Michell Lott)

Graças ao pé-direito alto, a loja ganhou um projeto luminotécnico escultural. "Como todos os elementos ficaram reunidos embaixo, criamos uma luminária para ocupar o espaço aéreo", explica Juliana. "Depois de muitos estudos chegamos a um desenho muito gráfico, com a cara dos meninos, feito somente de peças fáceis de encontrar no mercado. Nada foi feito sob medida."

Todos os produtos vendidos ali foram escolhidos para serem especiais. A torragem dos grãos foi desenvolvida pelos sócios junto aos produtores. Os objetos para o preparo – que também estão à venda no local – foram importados para permitir que o resultado traga os melhores sabores artesanais. E a comida foi eleita de forma intuitiva: de acordo com o gosto pessoal de Seixlack e Herrera. "O cardápio e o serviço são simples, mas com muito cuidado aos detalhes. Tentamos manter uma relação próxima com os fornecedores e damos preferência para quem está começando como a gente. Tem funcionado", completa Herrera.

Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)
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Café Beluga (Foto: Michell Lott)
Café Beluga (Foto: Michell Lott)