• Fernando Bumbeers
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 Essa é a sua cara ouvindo a própria voz? (Foto: Laura Lafond / flickr/ creative commons)

Essa é a sua cara ouvindo a própria voz? (Foto: Laura Lafond / flickr/ creative commons)

Você gravou uma mensagem de voz no WhatsApp, foi conferir o resultado e odiou. Você não está sozinho nessa. "Isso é universal", disse o professor assistente no Departamento de Fonoaudiologia e Ciência da Audição da Universidade de Illinois, Aaron Johnson, em entrevista ao BuzzFeed. Mas calma! Com um pouco de prática, você pode superar a estranheza do som da sua voz.

Para entender por que você não suporta ouvir sua voz gravada, existem dois fatores que se completam: o mental e o físico. 

Quando você fala ou canta, suas pregas vocais (sim, são pregas e não cordas) vibram. O som que sai depende da vários fatores diferentes: a forma e a duração da vibração, a posição da língua e lábios, e assim por diante. A voz passa pelos ossos do crânio. E aí você é capaz de sentir sua própria voz.

Aliás, o crânio tem muito a ver com a estranheza do som da nossas vozes. Para entender isso melhor faça essa exercício: quando você coloca sua mão sobre uma lanterna, ela vai parecer vermelha, justamente porque as ondas da luz vermelha tem comprimentos mais longos do que azul ou verde. Quanto maior a frequência de luz, maior o seu poder de transpôr objetos físicos. Agora, pense na sua voz como a luz. As ondas menores são facilmente filtradas através dos tecidos do nosso crânio e para os nossos ouvidos, por isso soa mais profundo e suave para nós, mas as frequências na vida real e em gravações são praticamente os mesmos. Basicamente, seu cérebro te engana, fazendo sua voz parecer mais bonita do que realmente é.

Dá pra burlar o seu “preconceito cerebral” e conviver melhor com o som da sua voz. O primeiro passo é se acostumar com o som. Ouça as mensagens gravadas no seu celular até aquilo se tornar natural para você. É o famoso Efeito de Exposição (já falamos sobre isso em uma nota sobre por que somos mais bonitos do que em nossas fotos) e é muito simples: você prefere o que é familiar para você.